1. Franceses
1555 – 1567
Huguenotes franceses, chefiados pelo almirante
Gaspar de Coligny, que seguindo o plano de Nicolau Durand de Villegaignon
tentaram fundar no Rio de Janeiro (Capitania de São Vicente) uma colônia que
lhes servisse de abrigo: a França Antártica.A expedição chegou ao Rio de
Janeiro em 1555, fundando na Ilha de Seregipe, Baía de Guanabara, o Forte
Coligny.
O governo de Mem de Sá envidou todos os esforços para expulsar os franceses da região; Estácio de Sá derrotou os invasores depois das Batalhas do Forte Coligny, de Uruçu-Mirim (atual bairro do Flamengo, e parte do de Botafogo), e da Ilha de Paranapuã (Ilha do Governador).
1612 – 1615
Os Franceses, chefiados por Daniel de la Touche
(senhor da região de la Ravardière) se estabelecem no litoral Norte do Brasil;
na tentativa de organizar uma colônia, chamada de França Equinocial, fundaram
numa Ilha o Forte de São Luís (homenagem ao rei francês Luís XIII), em torno do
qual nasceu a povoação de mesmo nome, hoje capital do Estado do Maranhão.
1710 – 1711
Tentativas frustradas de estabelecimento no Rio de
Janeiro, depois das quais reorientaram suas investidas para o Norte do Brasil,
apossando-se da Guiana Francesa.
2. Ataques corsários
Assim que assumiu o trono português, Filipe II
aplicou nas possessões portuguesas a mesma política empregada em terras
espanholas, por força de dificuldades econômicas, proibindo o ingresso de
estrangeiros que ficavam impedidos de exercer atividades comerciais, agrícolas
e de mineração. Este exclusivismo provocou crescente hostilidade ao Brasil no
exterior (engenhos brasileiros tinham recebido investimentos de casas
comerciais européias). Com isso os ataques corsários à costa se tornaram cada
vez mais freqüentes:
Ingleses: Fenton (Santos, 1583), Withrington e Lister (Salvador, 1587),
Cavendish (Santos, 1581)
Franceses: Riffault (Maranhão, 1584)
Anglo-franceses: (Recife,15)
Holandeses: (Rio de Janeiro e Bahia, 1599)
3. Invasões holandesas
3.1 Antecedentes:
→Surgimento da Holanda
·
1572 – O norte intensifica a luta para separar-se da Espanha.
·
1581 – Independência da Holanda, sob o nome de Províncias Unidas dos
Países Baixos, ou República da Holanda, que se tornou inimiga da Espanha.
·
Filipe II da Espanha proíbe o comércio entre a
Holanda e as colônias ibéricas.
·
1602 – Criação da Cia. das Índias Orientais: seu objetivo era assumir as
reações comerciais com os domínios Ibéricos na África, assumindo boa parte do
tráfico de escravos africanos, e na Ásia, além de efetuar saques na costa
brasileira.
·
1621 – Criação da Cia. das Índias Ocidentais: destinada a garantir o
controle do comércio do açúcar brasileiro, podendo construir fortificações,
nomear funcionários, organizar tropas, estabelecer colônias em nome da Holanda.
Escolha do Brasil: os
lucros com o comércio do açúcar e os benefícios da colônia cobririam os gastos
com a conquista, o tráfico negreiro era outra possível fonte de renda, além de
poder servir como ponto estratégico para incursões aos navios espanhóis
carregados de metais.
3.2 Holandeses na Bahia
Em 9 de maio de 1624, aportaram na Baía de Todos os
Santos 26 navios holandeses, sendo a resistência inútil, pois os holandeses
conquistaram Salvador.
A esquadra invasora era comandada por Jacob
Willekens e transportava 1600 tripulantes e 1700 soldados comandados por Johan
van Dorth.
O governador Diogo de Mendonça Furtado, segundo
Mendes Jr. e Gilberto Cotrim, foi levado para Holanda e sucedido pelo Bispo D.
Marcos Teixeira que organizou emboscadas para os invasores e morreu pouco
depois. O governo passou para Francisco Nunes Marinho e três meses depois para
D. Francisco de Moura, que manteve o sistema de emboscadas.
No fim de março de 1625 chegou o auxílio: uma frota
de 52 navios comandada por D. Fradique de Toledo Osório, com + ou – 13.000
homens.
Obrigados a desistir da luta, os holandeses
renderam-se em 1 de maio de 1625, tendo de atender as seguintes condições:
·
Entrega da cidade de Salvador, com toda a
artilharia, armas, munições, bandeiras, todo dinheiro, ouro, prata, escravos
que estivessem na cidade ou nos navios que estivessem no porto;
·
Restituição de todos os prisioneiros;
·
Exigência de não se envolverem em luta contra
a Espanha até chegarem à Holanda;
·
Ter a bordo somente os suprimentos
necessários para a viagem de retorno à Holanda.
Nos anos seguintes, 1626 e 1627, os holandeses
saquearam no litoral baiano um navio carregado de açúcar, cachaça, fumo, entre
outros produtos, bem como um navio carregado de prata que ia do México para a
Espanha, com o que custearam a 2ª invasão.
3.3 Holandeses em Pernambuco
Em 14 de fevereiro de 1630, chegou a Olinda uma
esquadra holandesa, com + de 60 embarcações, comandada por Diederik van
Waerdenburch desembarcou na praia do Pau Amarelo, donde partiu para a conquista
de Olinda. O governador de Pernambuco, Matias de Albuquerque, em Recife, mandou
queimar armazéns e navios e distribuiu seus homens em pontos estratégicos. Como
não evitou a tomada de recife, o governador foi forçado a se retirara para o
interior, + ou – 6 km de Recife e Olinda, onde fundou o Arraial do Bom Jesus,
continuando a resistência.
Em 12 de setembro a frotas de D. Antonio Oquendo
(espanhola) e Adrian Janszoon Pater (holandesa) se enfrentaram sem que houvesse
vitória de algum dos lados. Os invasores incendiaram Olinda e se concentraram
em Recife, cercados, 2 anos.
Com a traição de Domingos Fernandes Calabar o
panorama da guerra mudou, e os holandeses tomaram a Via de Iguaraçu, o Forte do
Rio Formoso e o Arraial do Bom Jesus (1635).
Por maior que fosse a resistência, os resultados
não foram os esperados, pois a Espanha não enviava reforços. Matias de
Albuquerque retirou-se para Alagoas com cerca de 8000 pessoas. Em Porto Calvo
venceu os Holandeses e aprisionou Calabar, que foi enforcado e esquartejado.
Por esta época os Holandeses já haviam conquistado
além de Pernambuco a Paraíba e o Rio Grande do Norte.
No fim de 1635 o governador foi substituído por
Luís e Rojas y Borja, que morreu em luta poucos meses depois, sendo sucedido
pelo Conde de Bagnolo.
Em 1637 a Holanda enviou outra esquadra, na qual
veio o Conde holandês João Maurício de Nassau-Siegen, para assumir o Governo da
Nova Holanda, que era a colônia holandesa no Brasil.
O conde, nomeado governador e chefe das forças
militares de mar e terra pela Cia. das Índias Ocidentais, quebrou a resistência
oferecida pelos pernambucanos; venceu Bagnolo em Alagoas, Ceará e Sergipe, não
conseguindo anexar apenas a Bahia, pois seu governador, auxiliado por Bagnolo e
pelas forças de Filipe Camarão.
A Administração de Nassau consolidou a conquista,
visto que estabeleceu um bom relacionamento com os senhores de engenho
concedendo créditos que permitiram a compra e conseqüente reativação de
engenhos abandonados, além de oferecer facilidades de comércio do açúcar.
Olinda foi reedificada, em Recife foram construídos
os palácios de Friburgo (onde se estabeleceu o primeiro observatório
astronômico do Brasil) e Boa Vista, bem como pontes orfanatos e hospitais.
Trouxe também Willen Piso e George MarcGrave que estudaram a fauna e a flora
brasileira e os irmãos pintores Franz e Pieter Post.
Nassau empreendeu a política de tolerância
religiosa, além de permitir que os senhores de engenho participassem do governo
na Câmara dos Escabinos, que eram Câmaras municipais nos moldes holandeses.
Em 1640, com o fim do domínio espanhol, Holanda e
Portugal estabeleceram uma trégua de dez anos; mesmo assim Nassau atacou o
Maranhão incorporando-o aos domínios holandeses.
Descontente com a nova política do conselho de
administração da Cia. das Índias Ocidentais, que passou a cobrar juros muito
altos e os empréstimos aos senhores de engenhos, Nassau foi afastado do cargo
em 1644, retornando para a Holanda. Em seu lugar ficou uma junta de três
comerciantes que não souberam dar continuidade à administração anterior, cobrando
as dívidas dos senhores de engenho, que eram muito altas, sem contemplações,
chegando a confiscar os bens dos que não tinham condições de saldar a dívida,
despertando o ódio entre os habitantes da região pelo invasor.
3.4 Insurreição Pernambucana
Teve início em 1645, chefiada por João Fernandes
Vieira, rico habitante da região, André Vidal de Negreiros, Henrique Dias,
Martim Soares Moreno e Antônio Filipe Camarão, e apesar de não contarem com o
apoio português, os pernambucanos venceram a batalha de Monte das Tabocas, com
sucesso também em Serinhaém, Nazaré e Porto Calvo, as batalhas dos Montes
Guararapes (1648 e 1649); e depois de cinco anos de resistência cercados em
Recife os invasores renderam-se em Campina da Taborda (1654).
Termina o domínio Holandês no Brasil, tendo como
resultado da ocupação estrangeira e das lutas:
·
Urbanização da região litorânea do Nordeste
·
Favorecimento da unidade territorial da colônia
·
Desenvolvimento do sentimento nacional
·
União efetiva das etnias formadoras do povo
brasileiro em torno de um objetivo comum
·
Realização de uma experiência social diferente da
sociedade rural típica do Nordeste açucareiro: a sociedade urbana do Recife.
Os Holandeses abandonaram nossas terras, mas não o
comércio açucareiro; depois receberem 4 milhões de ducados dos portugueses como
indenização (a Inglaterra emprestou este dinheiro), dirigiram-se para as
Antilhas (ilhas na América Central) onde iniciaram uma produção própria. Com
grandes capitais, tecnologia mais avançada, facilidade de distribuição na
Europa, o açúcar antilhano impôs-se ao brasileiro, extinguindo o 1º ciclo
econômico da nossa história.
Quando me refiro a ciclo econômico, não estou
dizendo que a cana-de-açúcar era o único produto brasileiro, apenas que era o
principal produto para exportação. Embora a maioria dos historiadores reprove a
abordagem dos ciclos econômicos ao se tratar da economia colonial, alguns
concursos, principalmente os militares, ainda trazem esta forma de análise
histórica.
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