sábado, 2 de maio de 2020

Métodos de Datação

Para Início de Conversa


Se a Pré-história é nada mais que a parte da História ocorrida antes da invenção da escrita, como é possível saber como era a vida dos seres humanos desses períodos? Bom, a resposta dessa pergunta você já sabe, através de outras Fontes Históricas.

Uma parte dessas fontes históricas são geralmente chamadas de cultura material, por serem elementos concretos e palpáveis da cultura, tipo: construções, objetos, ferramentas, utensílios, armas, obras de arte.,. Também são chamados de cultura arqueológica. De acordo com a wikipedia, são elementos materiais da cultura encontrados em sítios arqueológicos; alguns arqueólogos dão mais importância a "objetos concretos e materiais", atendo-se às questões de utilidade desses objetos, e outros "procuram relacionar esses objetos com aspectos religiosos, estéticos e até étnicos".

Outra parte das fontes históricas que nos ajudam a conhecer a pré-história são os fósseis. Fósseis são restos de seres vivos (pessoas, animais, vegetais, insetos, e até cocô) preservados em rochas, areia, gelo ou mesmo outro fóssil. Para que isso ocorra, é necessário que, depois da morte, não haja a decomposição completa, pelo contrário, ele deve ser coberto rapidamente por sedimentos de rochas, ou por resinas vegetais (conhecidas como âmbar), ou ainda ser congelado rapidamente.

Mas como saber a idade dessas fontes e fósseis? Como ter certeza da época em que foram produzidos? Essa é a pergunta que este post quer responder.


Os Métodos de Datação


Para saber a idade de uma fonte ou fóssil existem alguns métodos. Nem todos os livros didáticos trazem informações sobre eles, e quando trazem, tratam apenas de um ou dois..Nós também não trataremos de todos, e não é só porque alguns se destinam a saber a idade não de vestígios históricos, mas de materiais e eventos geológicos, isto é, próprios do planeta terra, mas também por que o nosso objetivo é ter uma noção de como este trabalho é feito. Sem contar que existem métodos que eu também desconheço, e até poderia pesquisar, mas este post já vai ser longo com o pouco que sei... se eu for pesquisar, eu não sei quando ele ficaria pronto. 😁😁😁

Estratigrafia 


Estuda os extratos (camadas) do solo. O solo é formado pro várias camadas de sedimentos que vão se sobrepondo com o passar dos anos, de modo que é possível calcular a idade de um objeto encontrado na escavações arqueológicas. Quanto mais profunda a camada, mais antigo é o artefato. Por isso, quando arqueólogos encontram algum objeto em suas escavações, eles registram o local, a profundidade e a posição em que um objeto foi encontrado. 

Fonte: http://lagesed.geologia.ufrj.br/wp-content/uploads/2017/09/estratigrafia-1.jpg

Termoluminescência


Estuda a emissão de luz resultante do aquecimento de um determinado artefato ou rocha. Os minerais cristalinos absorvem a irradiação do ambiente onde estão, essa irradiação pode ser proveniente de elementos radioativos naturais, ou, em menor escala, de raios cósmicos ( do sol ou de outros corpos galáticos). Quando aquecidos, em razão dessa irradiação, emitem luz, e a quantidade de luz é medida para determinar a idade do material. Quanto mais antigo, mais irradiação ele acumulou e mais luz ele emite.

Essa técnica pode ser utilizada em algumas rochas, terras cozidas e cerâmicas, já que elas geralmente contém quartzo, feldspato etc. As cerâmicas tem uma particularidade: o cozimento dela durante a sua fabricação apaga a irradiação anterior; mesmo assim é necessário medir a radioatividade natural do mineral que faz parte de sua composição e a do solo onde esteve enterrado antes de a submeter a luminescência. Esse método tem a vantagem de poder ser usada em fragmentos minúsculos e de permitir a datação de objetos e rochas com algumas centenas de milhares de anos.

Outra peculiaridade da técnica é que em alguns materiais ela funciona uma só vez, ou depois deles serem submetidos a radiação novamente. E claro, a primeira medição do artefato por este método será sempre a mais confiável.

Aminoácidos


Toda matéria viva tem aminoácidos em sua composição. Eles são importantes na formação das proteínas e possuem uma singularidade que permite a datação de seres que tenham vivido até 300.000 ou 500.000 anos: quando extraídos de um indivíduo vivo, eles desviam a luz polarizada para a esquerda, mas a pós a morte este desvio diminui cada vez mais, devido a transformações sofridas pelos aminoácidos. Mas esse método de datação depende de muitos fatores para ser confiável, entre eles que a temperatura do organismo em questão se tenha mantido constante, do tipo de aminoácido, da umidade, da acidez etc.

Métodos radioativos


Toda matéria que existe no mundo é formada por átomos, estruturas formadas por partículas tão minúsculas que não podem ser vistas. Mesmo os equipamentos que revelam a composição química de determinada substância não nos tornam capazes de ver o átomo, eles apenas captam o espectro de cor da energia que eles emitem. 

As partículas que compõem o átomo são os prótons e os nêutrons, no seu núcleo, e os elétrons na sua parte exterior. O átomo de cada substância tem seu número de prótons que, naquela substância, será sempre o mesmo, e é isso o que define esse átomo. Alguns átomos têm o núcleo formado por quantidades iguais de prótons e nêutrons, e são chamados de isótopos estáveis. Em outros, a quantidade de nêutrons do núcleo é diferente. Alguns isótopos emitem radiação e são chamados de isótopos radioativos

Os isótopos estáveis não se deterioram com o tempo, mas os isótopos radioativos sim. Cada isótopo radioativo tem um tempo específico em que a sua radiação cai pela metade. Esse período de tempo é uma constante, o que significa dizer que a cada período igual de tempo, a quantidade de radiação presente no material se reduzirá a metade. Chamamos essa queda de radiação pela metade de meia vida.
Gráfico representando a meia vida de um isótopo radioativo. Aqui não se considera o tempo, pois ele varia de acordo com o isótopo, consideramos apenas a redução da radiação. após a 4ª meia vida, diferentemente do gráfico, ainda acontecem outras meias vidas.
Vamos conhecer alguns dos isótopos radioativos utilizados na datação de fontes históricas e fósseis.

Carbono 14 (14C)


O 14C  está presente no ar atmosférico, e os seres vivos o absorvem na respiração ou na fotossíntese. Enquanto estamos vivos, absorvemos 14C, mas quando morremos, deixamos de o absorver e começamos a perde-lo. Você já sabe como funciona a meia vida de um isótopo radioativo, pois bem, a meia vida do 14C é de aproximadamente 5.730 anos, de modo que as datações com esse isótopo são bem confiáveis, mas só até o limite de 40.000 anos

Potássio-Argônio


O potássio é um dos elementos mais primitivos do planeta e faz parte da constituição dele. O que você quer dizer com isso, professora? quero dizer que ele é encontrado nas rochas. O Potássio tem tês isótopos o 39K e o 41K que são estáveis, e o 40K, que é radioativo, com meia vida de 1.250.000 anos. É justamente esse isótopo que, a medida que a radioatividade dele decai, dá origem  um gás estável, o argônio 40 (40Ar), que se acumula nas rochas. Esse 40Ar é perdido quando há um processo vulcânico e essa rocha entra em fusão. Mas quando ela esfria, formam-se cristais. esses cristais, no início não tem 40Ar, mas como elas possuem o 40K , logo o 40Ar começa a ser fabricado novamente. O argônio é um gás inerte, ele não passa a fazer parte da composição da rocha, mas fica preso nela. Então quanto mais argônio preso na rocha, mais antiga é a solidificação dela. Esse método permite saber a idade de rochas e também de fósseis mineralizados com mais de 40.000 anos até milhões de anos

Urânio 238 (238U) - Tório 230 (230Th)


Usado para medir a idade de carbonatos marinhos (conchas e corais). Isso é possível medindo a relação entre as atividades desses dois isótopos, que estão presentes nos compostos marinhos desde o momento de sua formação. O Tório se forma a partir da decomposição do núcleo Urânio, sendo um dos seus subprodutos. Como a meia vida do 238U é de 4.500.000.000 de anos, a atividade do 230Th aumenta com o passar do tempo, apesar de sua meia vida ser de 75.380 anos. Com o tempo, a diferença de atividade entre os dois isótotpos deixa de ser mensurável (passível de medição) com o tempo, não sendo possível datar carbonatos marinho com mais de 300.000 anos.

Esses isótopos também podem ser utilizados na medição a idade de ossadas, a partir de uma técnica apresentada por um paleontólogo chamado Jean Piveteau: a espectrometria gama, que mede a radiação gama de ambos os elementos, o 230Th e o  238U, sem destruir a peça a datar. Antes desse método, a radiação afa é que era medida.

Ufa! São muitos, métodos de datação, não é mesmo? Alguns eu escrevi de memória, outros eu recorri a ajuda de um artigo com o mesmo nome do meu, disponível em http://histheory.tripod.com/methodos.html. Eu espero que esta leitura tenha sido útil. 
Até um próximo post!

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Pré-história


Pré – História I

Especialistas da antropologia biológica, historiadores e arqueólogos estimam que a primeira espécie humana tenha surgido há pelo menos 3 milhões de anos. Tempo pra caramba! Você não concorda? Durante esse tempo, a humanidade evoluiu:
  • O cérebro cresceu,
  • O ser humano passou a andar sobre 2 membros, liberando os outros para fazer outras tarefas,
  • O ser humano inventou a linguagem, descobriu como fazer fogo, criou e aperfeiçoou armas e ferramentas como facas e machados de pedra, lanças, arco e flecha, anzóis e agulhas de ossos, raspadores de conchas e muitos outros objetos de pedra, madeira, ossos e pele de animais (como tendas e objetos musicais de percussão),
  • O ser humano observou a natureza e começou a dominá-la desenvolvendo a agricultura, criando animais, usando fibras vegetais para tecer, descobrindo e aperfeiçoando a metalurgia...
  • Criaram religiões, arte, cidades e culturas (cada grupo humano criou a sua), Estado, comércio e, finalmente, a escrita.
Ufa! Muita coisa aconteceu neste período! Mesmo com este resumo que é muito, mas muito superficial, já dá para perceber que este período não foi apenas longo,mas também repletos de transformações!

E antes de seguirmos em frente, eu aviso: as datas que apresento não são consenso entre os estudiosos da pré-história. Isso porque os métodos de datação são confiáveis até um certo limite, ok?


Pré – História II - Dando nomes aos bois

Pra começar, o termo Pré – História é pra lá de preconceituoso. É como se não existisse história durante esse período. E isso é uma GRANDE mentira!

Na verdade, o que não existia, eram os registros escritos, pois a escrita ainda não havia sido inventada. Entretanto, sabe-se que sistemas religiosos, políticos e sociais já tinham sido criados. Só depois é que apareceu a escrita.
Por causa disso, até houve um grupo de historiadores que tentou mudar o nome do período pra História Ágrafa. Mas estava todo mundo tão acostumado com o nome Pré-História que o nome novo não pegou.

Ah! História Ágrafa significa história não escrita! O fato de não haver registro escrito na época, não significa que não haja fontes históricas, isto é, vestígios das atividades humanas do período.
As fontes que nos permitem estudar e conhecer a pré-história são restos de fogueira, pontas de lanças e flechas, esculturas, panelas, enfim, toda sorte de objetos que ajude a entender como os seres humanos viviam.


Pré – História III – As espécies humanas

A Pré-História foi o maior período da história. Tão grande que os seres humanos se transformaram fisicamente e conquistaram novas capacidades mentais. Ao menos, é isso que a ciência diz. Muitas religiões não acreditam nisso.

Baseado nos fósseis (restos de seres vivos, no caso seres humanos) os cientistas acreditam que o ser humano evoluiu assim:
  • Australopitecus: Esse nome que dizer “macaco do sul”. Isso porque essa espécie lembrava mesmo um macaco, apesar de já andar ereto. Com seus braços longos, se pendurava nas árvores, colhia frutos e jogava paus e pedras em animais para abatê-los.
  • Homo Habilis: Construía cabanas rudimentares e fabricava instrumentos simples de pau e pedra. Vivia socialmente e talvez tenha sido o primeiro hominídeo a usar a linguagem.
  • Homo Erectus: Esse, hoje em dia se tem a certeza, que podia falar. Descobriu como se fazer fogo, e usava para cozinhar, aquecer-se do frio, proteger-se de animais... Foi o primeiro a migrar para fora da África, esteve na Ásia, na Europa e na Oceania.
  • Homo Sapiens Neandertalensis: Conhecido como “homem de neandertal”, conviveu com nossa espécie e desapareceu não se sabe por quê. Suas ferramentas e armas eram mais diversificadas e sofisticadas. Seus fósseis foram os primeiros com evidências de práticas religiosas, de desenvolvimento de rituais, como enterrar os mortos. Viveram na Europa.
  • Homo Sapiens Sapiens: Somos nós! Isso mesmo, a nossa espécie! O homem Cro-Magnon está entre os fósseis mais antigos e, por ele, sabemos que era fisicamente parecido conosco.




Nossa espécie foi a única a habitar todos os continentes.



Pré – História IV – O Paleolítico

Também chamado de Idade da Pedra Lascada, esse é o maior período da Pré – História, durante o qual todo esse processo de evolução aconteceu.

No início, os hominídeos utilizavam como instrumentos objetos na forma em que eram encontrados na natureza. A sobrevivência dependia do trabalho de equipe, principalmente em atividades como a caça. Cada nova espécie tinha características físicas e intelectuais que permitiam melhor eficiência para caçar e se defender dos grandes animais, além de aperfeiçoar armas e ferramentas.



Os grupos humanos eram nômades, isto é, não tinham residência fixa, mudavam-se de lugar em busca de outros onde houvesse maior facilidade de conseguir alimentos; habitavam em cavernas ou em cabanas feitas de ossos, galhos, pedras e peles de animais.

Por volta de 50.000 a.C. o Homo Sapiens Sapiens já dominava todo globo terrestre. Seus instrumentos tinham melhor acabamento que os das demais espécies e continuaram melhorando. Além disso, eram bem mais diversificadas e sofisticadas: anzol, arpão, lança-dardos, arco e flecha, agulha (de osso), roupas (de pele), cozinhavam (foram encontrados fogões)... Além disso, os indícios mostram que os grupos humanos se mudavam em determinadas épocas para abrigos já conhecidos.

A vida grupal também já tinha se organizado de uma maneira mais complexa. Isso pode ser notado através de ossos carbonizados, que parecem ser restos de reuniões (como rituais ou festas); ou através de objetos de arte, cuja técnica demonstra treinamento e dedicação dos artistas. O mesmo vale para a qualidade das armas. Para muitos isso seria evidência de divisão e especialização do trabalho.

Uma das coisas que ajudou a compreender a mentalidade e os costumes dos homens primitivos, são as pinturas rupestres (pinturas nas paredes das cavernas). Para alguns, o objetivo das pinturas era artístico mesmo, para outros o objetivo era ensinar técnicas de caça aos mais jovens. Mas como a maior parte das pinturas se encontra em lugares de difícil acesso, sendo necessário iluminação de tochas ou lanternas para serem vistas, a maioria dos antropólogos e historiadores acreditam que o propósito dessas pinturas seja mágico. Muitas pinturas mostram animais de grande porte sendo caçados.



Outros objetos como esculturas e vários outros artefatos, foram encontrados em sepultura também seriam utilizados na magia, ou em outros rituais relacionados a crenças em um mundo sobrenatural.


A transição entre o Paleolítico e o Neolítico é chamada de Mesolítico (entre 12.000 a.C. e 7.000 a.C.) e durante esse período é que surgem os dólmens e os menires.

Exemplos de Dólmens:




Exemplos de Menires:




Pré – História V – Neolítico

Também chamado de Idade da Pedra Polida; recebeu esse nome pelo fato dos instrumentos e ferramentas passarem a serem feitas pelo método de polimento por atrito, que garantia uma estética mais agradável e diminuía os acidentes e ferimentos ocorridos durante o fabrico de tais ferramentas e armas.

As transformações não pararam por aí, mas foram tão profundas, que juntas foram chamadas de Revolução Neolítica.

O ser humano, quer dizer, os grupos humanos começaram a dominar a natureza. Talvez, essa não seja a melhor maneira de dizer... Pela primeira vez, o ser humano não dependia diretamente da natureza, pois agora já podia contar com os produtos da agricultura, como cereais, e com o leite e a carne dos animais que passavam a criar. Agora já não precisavam mudar constantemente de lugar, podiam fixar sua residência. O homem ainda caçava, pescava e colhia raízes e frutos da natureza, mas não era isso que lhe garantia sobrevivência.

Com a fixação do homem à terra, a população começou a crescer, dando origem às primeiras aldeias. A população continuou crescendo, e as aldeias se tornaram cidades. A autoridade que antes era distribuída entre os chefes familiares, passou a pertencer ao chefe do clã principal, que impunha se aos demais chefes. Assim começou a surgir as diferenças sociais, que continuavam após a morte, que pode ser constatado observando os túmulos. Enquanto alguns eram enterrados com objetos de valor, outros não recebiam nenhum tratamento especial.

Os chefes controlavam as atividades econômicas, desempenhavam funções religiosas, organizavam obras para o benefício da comunidade. Em troca dessa liderança e proteção, exigiam tributos. Nascia o Estado.


A Idade dos metais

Ocorreu no final do Neolítico, quando a pedra foi aos poucos sendo substituída pelos metais na fabricação de ferramentas e armas.

O cobre foi o primeiro metal, depois do ouro, o estanho e o bronze (mistura de estanho e cobre) e por fim, o ferro.

O aperfeiçoamento das técnicas de metalurgia permitiu o aperfeiçoamento das armas, usadas para garantir a posse das terras férteis.


O fim da Pré – História

Entre 4.000 e 3.500 a.C. a escrita surgiu na Mesopotâmia (cuneiforme) e no Egito (hieróglifos). Surgiram para auxiliar a administração públicas e transações comerciais.

Os antigos códigos escritos baseavam-se em desenhos (pictogramas), sendo chamados, no geral, de escrita pictórica. Mais tarde os fenícios simplificaram, associando sons a desenhos, surgindo a escrita fonética. Enquanto na escrita pictográfica cada desenho significava uma idéia, fazendo com que os escribas tivessem que aprender inúmeros pictogramas, os fenícios só precisavam aprender 22 símbolos e organizá-los de modo a formar as palavras.

A palavra escrita, possibilitou a realização dos registros, das mais diversas naturezas. E com ela, termina a História Ágrafa, ou Pré – História, como você preferir.

Linha do tempo:


Referências:

BURNS, Edward Mcnall, Robert E. Lerner, Standish Meacham. História da Civilização Ocidental: Do homem das cavernas às naves espaciais. Tradução Donaldson M. Garschagen. 29ª ed. Vol. 1 e 2. São Paulo: globo, 1989.

Imagens do Google

Linhas do tempo: Higor Claudino

Idade Média 2 - O fim do Império Romano

Bom, agora que nós já nos confundimos um pouco com essa história de periodização, peço perdão pelo tempo que passei sem postar. Eu estava envolvida com outras coisas, mas agora achei um tempinho...

Nossa Primeira pergunta é: Como é que a Idade Média começou?
Bem, primeiro temos que levar em conta como a Antiguidade acabou, e para muitos historiadores, isto aconteceu quando o Império Romano do Ocidente caiu, isto é, quando Roma foi conquistada. Por mais incrível que possa parecer, antes mesmo do imperador Rômulo Augusto sucumbir ao ataque dos hérulos (tribo germânica comandada por Odoacro), muitos aspectos da vida econômica e social características da Idade Média, já vinham aos pouquinhos se estabelecendo. Vamos a eles:

1. O Império era o problema do Império
O Império Romano cresceu demais! Isto quer dizer que submeteu muitos povos. Para manter esses domínios, os romanos eram obrigados a manter tropas poderosas e permanentes. Só que essas tropas intervinham na política interna, o que significa que o exército era usado não só para submeter outros povos, mas também lutava contra as províncias romanas que se rebelavam; como os romanos estavam brigando com eles mesmos, o império foi se enfraquecendo.

A medida que o império se expandia, o exército exército precisava aumentar para protegê-lo, e de fato foi se tornando cada vez maior, e quando Roma se tornou um império, passou a ser constituído, na sua maioria, de soldados profissionais. Haja grana para pagar toda essa gente! Além disso, no governo do imperador Marco Aurélio, começaram a aceitar a entrada de bárbaros no exército. Depois de um tempo tinha mais bárbaro que romanos no exército...

Não foi só o exército que precisou crescer junto com o império. A administração das províncias exigia o crescimento da burocracia (rotina e procedimentos que fazem parte da administração de órgãos, sujeitos à hierarquia e regulamentos).

Por isso, os militares e os burocratas foram se tornando cada vez mais poderosos, principalmente no governo de Sétimo Severo. Então... Se cresciam os órgãos burocráticos, cresciam também as despesas, cresciam as emissões de moeda... No século III, as moedas que eram de ouro passaram a ser de prata, depois de metais não-nobres banhados a prata. O povo então começou a estocar as moedas que eram mais valiosas em casa e passou a fazer uso das de metais não-nobres.

Desde aquela época, muitas pessoas consideram a classe militar improdutiva. Em Roma até poderia ser, pois na verdade nada produziam. Atualmente os militares não são improdutivos, boa parte da tecnologia que utilizamos foi desenvolvida por eles e depois passou também a ser utilizada por civis; exemplo: internet, radares, lançadores de mísseis, os quais possibilitaram o lançamento de satélites... A produtividade não dos militares não é do mesmo tipo de produtividade que os civis estão acostumados, mas não é inexistente.
2. Aumento dos impostos
No fim do século II, iniciou-se um processo de aumento de impostos. Nos séculos seguintes, a carga tributária continuou alta o que desestimulou as atividades econômicas, aumentando a pobreza e incentivando pessoas de todas as classes sociais a achar meios de fugir do pagamento de impostos.



3. Crise do modo de produção

A estrutura sócio-econômica sempre se baseou no trabalho escravo, mas no século III o número de escravos começou a cair, tanto por causa da baixa natalidade quanto pelo fim das conquistas. Os preços dos escravos aumentaram tanto que os romanos começaram a comprar escravos dos bárbaros...


Os problemas do trabalho escravo eram que:

1º por ser forçado tinha baixo rendimento
não havia preocupação em se desenvolver instrumentos que facilitassem o trabalho e nem técnicas que aumentassem a produção.

Resumindo: aumento da burocracia e do exército + aumento progressivo dos impostos + crise de mão-de-obra= declínio econômico e a maior crise político -militar da história de Roma!

Tá legal, é verdade que no início do século IV houve uma curta prosperidade, pois a partir do governo de Diocleciano, o Estado romano passou a intervir na sociedade e na economia: diminuiu a violência dos castigos dos escravos, proibiu a cobrança de juros extorsivos, combateu a inflação e o aumento dos preços com a Lei do Máximo (fixava preços e salários) e por fim, para melhorar a arrecadação dos impostos, publicou decretos fixando as pessoas nos locais em que habitavam, nas atividades econômicas e, por conseguinte, nas suas posições sociais. Mesmo assim, os escravos foram se tornando cada vez mais raros, e a prática do colonato ficou cada vez mais comum.

É aí você me pergunta “colonato? O que é isso? Como é que funcionava?” Simples: os grandes proprietários continuavam explorando diretamente a maior parte de suas terras, mas arrendavam lotes de terra a camponeses (coloni) que, por dependerem do grande senhor economicamente e em questões de segurança, entregavam-lhe parte de sua produção. Com o desaparecimento progressivo dos escravos no campo, e com a fixação dos colonos à terra, sob o controle e proteção dos senhores de terra originou-se a servidão, cujos trabalhadores semilivres, que predominaram durante a Idade Média.




Por fim, o fim!
Desde o século III, mas sobretudo a partir do século IV os bárbaros penetraram lenta e pacificamente no Império Romano, tornando-se trabalhadores, proprietários de terras ou militares. Muitas vezes povos inteiros foram autorizados a se estabelecerem em certas regiões do Império. Por terem assinado tratados com Roma, eram chamados de federados.

Porém, muitos povos provenientes da Ásia, que eram chamados de bárbaros (entre eles os germânicos) ainda habitavam as proximidades dos limites romanos. No século V, a partir dos anos de 405 e 406, houve uma fuga violenta dos bárbaros para dentro do Império. O que provocou essa fuga? O deslocamento dos hunos rumo ao Ocidente. Este povo de cavaleiros habilidosos era originário do norte da China. Não se sabe ao certo o que provocou a sua ida para a Europa. Alguns historiadores defendem a teoria de que simplesmente fugiam do ressecamento das pastagens e das mudanças climáticas. Outros defendem que foram, por causa do clima e das pastagens, atacados pelo Império Chinês. Qualquer que seja o motivo, o fato é que atravessaram as estepes russas.

Para escapar dos hunos, os bárbaros germânicos invadiram em massa o Império do Ocidente, pois o do Oriente, mais forte, os colocou para correr... O Império do Ocidente desapareceu no meio do caos; uma das poucas instituições a sobreviverem foi a Igreja Católica, que aliás, passou a desempenhar papel muito importante na organização da nova sociedade.

Como você pôde perceber, as estruturas sócio-econômicas da Idade Média, muito antes dela começar, já existiam. Isso porque “as civilizações morrem como pegamos no sono: sem perceber”. As mudanças ocorreram muito lentamente, avançaram, recuaram, coisas novas e velhas se misturaram; o ano de 476 foi usado como marco, um símbolo do fim da Antiguidade e começo da Idade Média.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Invasões Estrangeiras no Brasil Colonial


1. Franceses
1555 – 1567
Huguenotes franceses, chefiados pelo almirante Gaspar de Coligny, que seguindo o plano de Nicolau Durand de Villegaignon tentaram fundar no Rio de Janeiro (Capitania de São Vicente) uma colônia que lhes servisse de abrigo: a França Antártica.A expedição chegou ao Rio de Janeiro em 1555, fundando na Ilha de Seregipe, Baía de Guanabara, o Forte Coligny.

O governo de Mem de Sá envidou todos os esforços para expulsar os franceses da região; Estácio de Sá derrotou os invasores depois das Batalhas do Forte Coligny, de Uruçu-Mirim (atual bairro do Flamengo, e parte do de Botafogo), e da Ilha de Paranapuã (Ilha do Governador).
 Destacaram-se nos combates, lado a lado com os portugueses, os índios temininós (do Espírito Santo), comandados por Araribóia, que como recompensa recebeu uma sesmaria na região do Rio de Janeiro e fundou a Vila de São Lourenço, origem da cidade de Niterói.

1612 – 1615
Os Franceses, chefiados por Daniel de la Touche (senhor da região de la Ravardière) se estabelecem no litoral Norte do Brasil; na tentativa de organizar uma colônia, chamada de França Equinocial, fundaram numa Ilha o Forte de São Luís (homenagem ao rei francês Luís XIII), em torno do qual nasceu a povoação de mesmo nome, hoje capital do Estado do Maranhão.
 Duas expedições foram organizadas pelo governo-geral para expulsar os franceses do Maranhão. A primeira, chefiada por Jerônimo de Albuquerque, não alcançou o seu intento. Os portugueses atacaram novamente os invasores, com melhores resultados. Depois da Batalha de Guaxenduba, firmou-se uma breve trégua, que acabou com a chegada de reforços reinos e a Bahia.
 La Ravardière rendeu-se em 1615.

1710 – 1711
Tentativas frustradas de estabelecimento no Rio de Janeiro, depois das quais reorientaram suas investidas para o Norte do Brasil, apossando-se da Guiana Francesa.


2. Ataques corsários
Assim que assumiu o trono português, Filipe II aplicou nas possessões portuguesas a mesma política empregada em terras espanholas, por força de dificuldades econômicas, proibindo o ingresso de estrangeiros que ficavam impedidos de exercer atividades comerciais, agrícolas e de mineração. Este exclusivismo provocou crescente hostilidade ao Brasil no exterior (engenhos brasileiros tinham recebido investimentos de casas comerciais européias). Com isso os ataques corsários à costa se tornaram cada vez mais freqüentes:
Ingleses: Fenton (Santos, 1583), Withrington e Lister (Salvador, 1587), Cavendish (Santos, 1581)
Franceses: Riffault (Maranhão, 1584)
Anglo-franceses: (Recife,15)
Holandeses: (Rio de Janeiro e Bahia, 1599)


3. Invasões holandesas

3.1 Antecedentes:
→Surgimento da Holanda
·      1572 – O norte intensifica a luta para separar-se da Espanha.
·      1581 – Independência da Holanda, sob o nome de Províncias Unidas dos Países Baixos, ou República da Holanda, que se tornou inimiga da Espanha.
·      Filipe II da Espanha proíbe o comércio entre a Holanda e as colônias ibéricas.
·      1602 – Criação da Cia. das Índias Orientais: seu objetivo era assumir as reações comerciais com os domínios Ibéricos na África, assumindo boa parte do tráfico de escravos africanos, e na Ásia, além de efetuar saques na costa brasileira.
·      1621 – Criação da Cia. das Índias Ocidentais: destinada a garantir o controle do comércio do açúcar brasileiro, podendo construir fortificações, nomear funcionários, organizar tropas, estabelecer colônias em nome da Holanda.
Escolha do Brasil: os lucros com o comércio do açúcar e os benefícios da colônia cobririam os gastos com a conquista, o tráfico negreiro era outra possível fonte de renda, além de poder servir como ponto estratégico para incursões aos navios espanhóis carregados de metais.

3.2 Holandeses na Bahia

Em 9 de maio de 1624, aportaram na Baía de Todos os Santos 26 navios holandeses, sendo a resistência inútil, pois os holandeses conquistaram Salvador.
A esquadra invasora era comandada por Jacob Willekens e transportava 1600 tripulantes e 1700 soldados comandados por Johan van Dorth.
O governador Diogo de Mendonça Furtado, segundo Mendes Jr. e Gilberto Cotrim, foi levado para Holanda e sucedido pelo Bispo D. Marcos Teixeira que organizou emboscadas para os invasores e morreu pouco depois. O governo passou para Francisco Nunes Marinho e três meses depois para D. Francisco de Moura, que manteve o sistema de emboscadas.
No fim de março de 1625 chegou o auxílio: uma frota de 52 navios comandada por D. Fradique de Toledo Osório, com + ou – 13.000 homens.
Obrigados a desistir da luta, os holandeses renderam-se em 1 de maio de 1625, tendo de atender as seguintes condições:

·       Entrega da cidade de Salvador, com toda a artilharia, armas, munições, bandeiras, todo dinheiro, ouro, prata, escravos que estivessem na cidade ou nos navios que estivessem no porto;
·       Restituição de todos os prisioneiros;
·       Exigência de não se envolverem em luta contra a Espanha até chegarem à Holanda;
·       Ter a bordo somente os suprimentos necessários para a viagem de retorno à Holanda.
Nos anos seguintes, 1626 e 1627, os holandeses saquearam no litoral baiano um navio carregado de açúcar, cachaça, fumo, entre outros produtos, bem como um navio carregado de prata que ia do México para a Espanha, com o que custearam a 2ª invasão.

3.3 Holandeses em Pernambuco

Em 14 de fevereiro de 1630, chegou a Olinda uma esquadra holandesa, com + de 60 embarcações, comandada por Diederik van Waerdenburch desembarcou na praia do Pau Amarelo, donde partiu para a conquista de Olinda. O governador de Pernambuco, Matias de Albuquerque, em Recife, mandou queimar armazéns e navios e distribuiu seus homens em pontos estratégicos. Como não evitou a tomada de recife, o governador foi forçado a se retirara para o interior, + ou – 6 km de Recife e Olinda, onde fundou o Arraial do Bom Jesus, continuando a resistência.
Em 12 de setembro a frotas de D. Antonio Oquendo (espanhola) e Adrian Janszoon Pater (holandesa) se enfrentaram sem que houvesse vitória de algum dos lados. Os invasores incendiaram Olinda e se concentraram em Recife, cercados, 2 anos.
Com a traição de Domingos Fernandes Calabar o panorama da guerra mudou, e os holandeses tomaram a Via de Iguaraçu, o Forte do Rio Formoso e o Arraial do Bom Jesus (1635).
Por maior que fosse a resistência, os resultados não foram os esperados, pois a Espanha não enviava reforços. Matias de Albuquerque retirou-se para Alagoas com cerca de 8000 pessoas. Em Porto Calvo venceu os Holandeses e aprisionou Calabar, que foi enforcado e esquartejado.
Por esta época os Holandeses já haviam conquistado além de Pernambuco a Paraíba e o Rio Grande do Norte.
No fim de 1635 o governador foi substituído por Luís e Rojas y Borja, que morreu em luta poucos meses depois, sendo sucedido pelo Conde de Bagnolo.
Em 1637 a Holanda enviou outra esquadra, na qual veio o Conde holandês João Maurício de Nassau-Siegen, para assumir o Governo da Nova Holanda, que era a colônia holandesa no Brasil.
O conde, nomeado governador e chefe das forças militares de mar e terra pela Cia. das Índias Ocidentais, quebrou a resistência oferecida pelos pernambucanos; venceu Bagnolo em Alagoas, Ceará e Sergipe, não conseguindo anexar apenas a Bahia, pois seu governador, auxiliado por Bagnolo e pelas forças de Filipe Camarão.
A Administração de Nassau consolidou a conquista, visto que estabeleceu um bom relacionamento com os senhores de engenho concedendo créditos que permitiram a compra e conseqüente reativação de engenhos abandonados, além de oferecer facilidades de comércio do açúcar.
Olinda foi reedificada, em Recife foram construídos os palácios de Friburgo (onde se estabeleceu o primeiro observatório astronômico do Brasil) e Boa Vista, bem como pontes orfanatos e hospitais. Trouxe também Willen Piso e George MarcGrave que estudaram a fauna e a flora brasileira e os irmãos pintores Franz e Pieter Post.
Nassau empreendeu a política de tolerância religiosa, além de permitir que os senhores de engenho participassem do governo na Câmara dos Escabinos, que eram Câmaras municipais nos moldes holandeses.
Em 1640, com o fim do domínio espanhol, Holanda e Portugal estabeleceram uma trégua de dez anos; mesmo assim Nassau atacou o Maranhão incorporando-o aos domínios holandeses.
Descontente com a nova política do conselho de administração da Cia. das Índias Ocidentais, que passou a cobrar juros muito altos e os empréstimos aos senhores de engenhos, Nassau foi afastado do cargo em 1644, retornando para a Holanda. Em seu lugar ficou uma junta de três comerciantes que não souberam dar continuidade à administração anterior, cobrando as dívidas dos senhores de engenho, que eram muito altas, sem contemplações, chegando a confiscar os bens dos que não tinham condições de saldar a dívida, despertando o ódio entre os habitantes da região pelo invasor.

3.4 Insurreição Pernambucana

Teve início em 1645, chefiada por João Fernandes Vieira, rico habitante da região, André Vidal de Negreiros, Henrique Dias, Martim Soares Moreno e Antônio Filipe Camarão, e apesar de não contarem com o apoio português, os pernambucanos venceram a batalha de Monte das Tabocas, com sucesso também em Serinhaém, Nazaré e Porto Calvo, as batalhas dos Montes Guararapes (1648 e 1649); e depois de cinco anos de resistência cercados em Recife os invasores renderam-se em Campina da Taborda (1654).
Termina o domínio Holandês no Brasil, tendo como resultado da ocupação estrangeira e das lutas: 
·      Urbanização da região litorânea do Nordeste
·      Favorecimento da unidade territorial da colônia
·      Desenvolvimento do sentimento nacional
·      União efetiva das etnias formadoras do povo brasileiro em torno de um objetivo comum
·      Realização de uma experiência social diferente da sociedade rural típica do Nordeste açucareiro: a sociedade urbana do Recife.
Os Holandeses abandonaram nossas terras, mas não o comércio açucareiro; depois receberem 4 milhões de ducados dos portugueses como indenização (a Inglaterra emprestou este dinheiro), dirigiram-se para as Antilhas (ilhas na América Central) onde iniciaram uma produção própria. Com grandes capitais, tecnologia mais avançada, facilidade de distribuição na Europa, o açúcar antilhano impôs-se ao brasileiro, extinguindo o 1º ciclo econômico da nossa história.
Quando me refiro a ciclo econômico, não estou dizendo que a cana-de-açúcar era o único produto brasileiro, apenas que era o principal produto para exportação. Embora a maioria dos historiadores reprove a abordagem dos ciclos econômicos ao se tratar da economia colonial, alguns concursos, principalmente os militares, ainda trazem esta forma de análise histórica.


Dicas de Estudo

1. Mantenha seu caderno completo e atualizado. Se você faltar, pegue a matéria com algum colega.
Lembre-se de que você é responsável por seus estudos, não é obrigação do seu colega avisar sobre exercícios e trabalhos, mas é sua responsabilidade se inteirar de tudo o que houver acontecido em sala.
2. Reserve todos os dias um tempo para fazer o dever de casa e estudar. Isto serve para que você exercite e apreenda os conhecimentos estudados na escola e identifique suas dificuldades e o modo como melhor aprende. Anote suas dúvidas e avise o professor se o método dele não estiver funcionando com você.
3. Não deixe a matéria acumular. Quanto mais tempo deixar de estudar ou fazer suas tarefas, mais assuntos terá para estudar e exercícios para resolver.
4. Durma oito horas diárias sempre, ou pelo menos quando for estudar no dia seguinte. Você está em fase de desenvolvimento e é durante o sono que o sono produz a maior parte dos hormônios que influenciam o seu crescimento. É também durante o sono, na fase mais profunda dele, que na maioria das vezes acontece um pouco antes de você acordar, que o cérebro produz as substâncias químicas que tornam permanentes as conexões nervosas que se estabeleceram com seus pensamentos e aprendizados durante o dia. Alguns adolescentes precisam dormir nove horas diariamente.
5. Tenha uma alimentação variada e saudável
6. Faça exercícios físicos regularmente. Eles aumentam o tônus muscular, melhoram a frequência cardíaca e ajudam na oxigenação do cérebro. Além de, é claro, manter a silhueta esbelta... Caminhada é uma boa, mas jogos coletivos são bem mais divertidos. Tente o futebol, basquete, queimada...
7. As pessoas são diferentes até na hora de aprender. Dá uma olhadinha nestas estratégias e tente descobrir qual a mais adequada para você:
a) Leitura, marcando as partes mais importantes do texto com cores que despertem a atenção e fazendo comentários ao lado do texto,
b) produção de questionários, resumos ou esquemas próprios,
c) Estudo em grupo, discutindo os assuntos com os colegas,
d) Muita gente gosta de estudar ouvindo música. A música clássica é a mais complexa, portanto é a que mais faz o cérebro trabalhar, mas outros estilos também são recomendados. Funk é o ritmo mais simples, portanto o que menos faz o cérebro trabalhar. Entretanto cabe a você escolher o ritmo que preferir, sem é claro, incomodar os outros.
e) Acredite se quiser, tem gente que gosta de “dar aulas” para o cachorro, para o espelho, para pôsteres ou para um brinquedo velho que ninguém sabe que a pessoa ainda guarda e brinca com ele... Isso é porque essas pessoas aprendem melhor quando estão tentando explicar ou ensinar para alguém.
f) Essa é muito utilizada por estudantes japoneses: estude lendo em voz alta, gravando tudo o que disser, até as piadinhas e comentários que fizer enquanto estuda; na hora de dormir é só deixar tocando enquanto você dorme.
Se nada disso funcionar... Procure ajuda! Peça aos professores, à coordenadora pedagógica, aos seus pais... Uma hora você vai encontrar algo que funcione para você, é só não desistir!

Tudo o que eu deveria saber, aprendi no Jardim de Infância

Tudo que eu preciso mesmo saber sobre como viver, o que fazer, e como ser, aprendi no Jardim de Infância. A sabedoria não estava no topo da montanha mais alta, no último ano de um curso superior, mas no tanque de areia do pátio da escolinha maternal. Vejam o que aprendi:
  • Dividir tudo com os companheiros.
  • Jogar conforme as regras do jogo.
  • Não bater em ninguém.
  • Guardar os brinquedos onde os encontrava.
  • Arrumar a bagunça que eu mesmo fazia.
  • Não tocar no que não era meu.
  • Pedir desculpas se machucasse alguém.
  • Lavar as mãos antes de comer.
  • Apertar a descarga da privada.
  • Leite quente com biscoito faz bem à saúde.
  • Fazer de tudo um pouco: estudar, pensar e desenhar, pintar cantar e dançar, brincar e trabalhar; de tudo um pouco todos os dias.
  • Tirar uma soneca todas as tardes.
  • Ao sair pelo mundo, cuidado com o trânsito, ficar sempre de mãos dadas com o companheiro e sempre “de olho” na professora.
  • Pense na sementinha de feijão, plantada no copo de plástico: as raízes vão para baixo e para dentro, e a planta cresce para cima – ninguém sabe como ou porquê, mas a verdade é que nós também somos assim.
  • Peixes dourados, porquinhos-da-índia, esquilos, hamsters e até a semente do copinho de plástico – tudo isso morre. Nós também.
  • E lembre-se ainda dos livros de histórias infantis e da primeira palavra que você aprendeu, a mais importante de todas: “olhe”!
Tudo o que você precisa mesmo saber está por aí, em algum lugar. A regra de ouro, o amor e os princípios de higiene. Ecologia e política, igualdade e vida saudável.
Escolha um desses itens e o elabore em termos sofisticados de adulto; depois aplique-o à vida de sua família, ao seu trabalho, à forma de governo do seu país, ao seu mundo, e verá a verdade que ele contém clara e firme. Pense em quanto o mundo seria melhor se todos nós – o mundo inteiro – fizéssemos um lanche de biscoitos com leite às três da tarde e depois nos deitássemos, sem a menor preocupação, cada um em seu colchãozinho, para uma soneca. Ou se todos os governos adotassem como política básica a idéia de recolocar as coisas nos lugares que estavam quando foram retiradas; arrumar a “bagunça” que tivessem feito.
E é verdade, não importa quantos anos você tenha, ao sair pelo mundo, vá de mãos dadas e fique sempre “de olho” no companheiro.
Texto de Robert Fulghum

Idade Média Parte I — Caracterização do termo













Costuma-se chamar de Idade Média o período entre os séculos V d.C. e XV d.C., para ser mais exata, trata-se do período que vai do ano de 476, quando o Império Romano do Ocidente (com capital na cidade de Roma) acabou, e o ano de 1453, quando o Império Romano do Oriente, também chamado de Império Bizantino (com capital na cidade de Constantinopla) caiu sob o domínio dos turcos otomanos.

Muitas pessoas acreditam que a Idade Média foi uma “Idade das Trevas”, ou uma “Noite de Mil Anos”, uma época de obscuridade das artes e da mentalidade. Na verdade isso é um tremendo preconceito e que nem é nosso... É sério! Essa visão se criou durante o Renascimento porque os intelectuais daquela época diziam que durante a Idade Média a sociedade teria regredido em vários aspectos da vida em sociedade, isto é, teria vivido em “trevas”. 

Na verdade, as culturas são apenas diferentes entre si, e o conhecimento de cada época é que possibilita que as gerações posteriores possam dar novos desenvolvimentos e direções à cultura que vão desenvolvendo. E a Idade Média foi uma época de muitas inovações no campo da arquitetura, das artes, e até mesmo na tecnologia, como vamos descobrir a medida que a estudamos.














Uma outra coisa que eu gostaria de deixar claro aqui é sobre as periodizações em História. Para alguns historiadores, a Idade Média não teria começado em 476 d.C. quando Rômulo Augusto, o último imperador romano do Ocidente, foi derrotado pelo general germânico Odoacro, mas 2 ou 3 séculos mais tarde, quando a cultura medieval já estava estabelecida. Esse período de  ou 3 séculos é considerado uma espécie de Antiguidade Tardia, durante a qual a cultura dos antigos romanos foi se misturando às culturas dos antigos povos germânicos até que resultou no Feudalismo, que trataremos mais adiante. 

Outros não questionam o seu início, e sim o seu final. Aqui no Brasil costuma-se seguir a tradição historiográfica francesa, que considera 4 períodos históricos: Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Entretanto, existem outras formas de se dividir a história e para muitos historiadores a Idade Moderna não existiu, o que significa que para eles a Idade Média se estendeu até 1789. Esse é o ano em “explodiu” a Revolução Francesa.

Neste momento você deve estar meio confuso e esperando que eu desfaça essa confusão, que lhe dê uma luz no fim do túnel...  Vai ficar querendo! Brincadeirinha, não se irrite...

Não se importe com o fato de entender ou não, pois você não é o único. Tanto que existe a tal da Historiografia que é o estudo da história do estudo da história. Não, eu não repeti a frase. Tem historiador que estuda a maneira como a história já foi estudada e interpretada. Esse é o sujeito suspeito de criar essa confusão na cabeça da gente. Digo a gente porque ainda não tenho certeza se entendi ou se enlouqueci, sei lá... Afinal de contas, qual é a diferença?

Até mais...

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