quinta-feira, 16 de abril de 2009

Idade Média – Império Bizantino II

Recapitulando:
  • O imperador Diocleciano dividiu o Império em 2 regiões administrativas (ano 286 d.C.)

  • Constantino fundou Constantinopla no lugar onde antes ficava Bizâncio (dependendo do historiador Bizâncio é descrita como um porto, entreposto comercial ou colônia grega) (ano 324 d.C.).

  • Com a morte do Imperador Teodósio, o Império romano se dividiu em dois, e Constantinopla se torna a capital do Império Bizantino.

Diferenças entre o Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente:
Germanos e Hunos: O Império Oriental não sofreu o processo de invasões. Os imperadores bizantinos conseguiram, fosse através de lutas ou de negócios evitar isso.
Economia: Enquanto o império Ocidental via sua economia ruir e a inflação aumentar, no Império Oriental  cuja  economia era manufatureira e comercial, chegando a fazer comércio com regiões como a Índia e China, fortaleciam-se. Como a moeda não sofria inflação, circulava em várias partes do mundo que os bizantinos conheciam.


Papo de historiador
No século IV o império ocidental caiu nas mãos dos germanos, e o Imperador Justiniano, que se considerava herdeiro de Augusto, lutou para libertar o Ocidente. O modo de pensar, a arte e outros aspectos da vida cotidiana se tornavam cada vez mais “Bizantinas” que “Romanas”. Mas como Justiniano continuou falando latim e sonhando em restaurar a antiga Roma, muitos historiadores só consideram a civilização bizantina a partir de 610, quando Heraclio começou uma nova dinastia que falava grego e tinha uma maneira mais oriental de fazer política.


Governo de Justiniano (527-565)Foi o período em que o Império Bizantino teve mais poder e riqueza.
Internamente: O poder da nobreza foi diminuindo, para manter o Império unido, Justiniano aproveitou os códigos e leis romanas como base para seu código, o Corpus Juris Civilis, e que acabou servindo de base para a legislação de outros povos.
Foi ainda no governo de Justiniano que os bizantinos conquistaram o reino dos vândalos (África do Norte), o reino ostrogodo da Itália e parte do reino visigodo da Espanha. O povo até acreditou na restauração do Império, mas as guerras fizeram o governo gastar excessivamente. O dinheiro sumiu e para compensar os impostos foram elevados. Isso levou a tensões e revoltas da população.
Justiniano morreu e as fronteiras voltaram a ser as de antes de seu governo.
Heraclio (610-641) Durante seu governo o Império Bizantino esteve ameaçado pelos Persas, que haviam conquistado quase todos os territórios asiáticos do Império. Para ‘esfregar’ sua vitória ‘na cara’ dos bizantinos, os Persas até levaram uma relíquia sagrada de Jerusalém (o povo achava que era um pedacinho da cruz em que Jesus Cristo foi morto). Só que Heraclio não deixou por menos. Em 627 botou os Persas pra correr, recuperou a relíquia e a Pérsia se tornou em um estado subalterno.
Mas nem tudo foram flores. No fim do reinado de Heraclio, um povo vindo da Arábia seguidores de uma nova religião, o Islão (ou Islam) resolveu se aproveitar do cansaço dos bizantinos depois de ‘bater’ na Pérsia. Rapidinho conseguiram a maior parte dos territórios que os Persas já tinham ocupado. Isso aconteceu na metade do século VII. Conquistaram a Pérsia, tomaram a África do Norte e se lançaram no mar. Subestimaram os bizantinos e atacaram Constantinopla com uma esquadra de 677. Se deram muito mal. Voltaram em 717, atacando por terra e mar, porém o Imperador Leão Isauriano derrotou os árabes. Se não tivesse conseguido teria sido impossível que os árabes conquistassem toda a Europa.
Mas os bizantinos conseguiram reconquistar boa parte da Ásia Menor. Depois passaram alguns séculos brigando com o povo Islâmico. No século X conquistaram parte da Síria. No século XI os turcos é que atrapalhavam a vida dos bizantinos, impedindo-os de fazer comércio com os países asiáticos. Até venceram um exército bizantino, perdendo as províncias orientais.
O império Bizantino não morreu, mas também não voltou a ser o que era do século XI até 1453, teve que agüentar os turcos atrapalhando seus ganhos de outros países da Europa Ocidental que começava a acender principalmente depois das Cruzadas. O engraçado é que o pedido de ajuda do Imperador Aleixo Comneno, para lutar contra os turcossaiu pela culatra, os outros europeus saquearam Constantinopla e roubaram territórios e o Império Bizantino continuou existindo na Grécia e praticamente só de nome. Até que em 1453 os turcos otomanos deram o golpe final no Império.


Economia: Constantinopla, assim como Alexandria era passagem das principais rotas de comércio internacional. Artigos de luxo que vinham da China e Índia eram consumidos pela aristocracia local. O comércio interno e internacional aumentava as manufaturas em inúmeras cidades. A economia sofria intervenções do estado, que criava regulamentos para o comércio e a produção, concedia direitos de exploração ou monopolizavam os setores de economia.
As manufaturas se organizavam em corporações, que reuniam todos os artesãos do mesmo ramo monopolizando a atividade. Preços, salários, quantidade e qualidade dos produtos eram regulamentados. A produção de seda, tinta, armas de extração mineral eram monopolizadas pelo governo, até tinham oficinas dentro do palácio!
No campo, servos e rendeiras trabalhavam ns latifúndios.


Sociedade
Vermelho: Alto clero, altos funcionários da corte, latifundiários, grandes comerciantes.
Amarelo: Pequenos comerciantes, artesãos, funcionários subalternos.
Azul: Trabalhadores livres ou semilivres das manufaturas e dos campos, além de escravos empregados nas manufaturas imperiais, trabalhos domésticos, minas pedreiras e construções.

Condição feminina
A mulher estava subordinada a seu marido, mas este a respeitava. Raramente deixava sua casa, mas podia sair para ir à Igreja e à casa de algum parente, com um véu cobrindo todo o rosto (de dia) e com um véu cobrindo parte do rosto (de noite).
As meninas de "classe média" frequentavam escolas, mas as aristocratas eram educadas em casa por professores particulares. Há registros de mulheres que foram intelectuais e médicas.

Religião: O cristianismo bizantino se afastou do cristianismo romano. O código de Justiniano em parte, contribuiu na modificação das práticas cristãs. Justiniano não apenas destruiu templos pagãos e sinagogas e teve atitudes antijudaicas, mas também instituiu o cesaropapismo que é o controle da Igreja pelo imperador.
Mas não foi só isso. Havia uma disputa entre a Igreja Romana e a Igreja Bizantina, pois em 455 o imperador romano Valentiano III reconheceu o bispo de Roma como Papa. Entretanto os bispos bizantinos também queriam chefiar a Igreja e não gostaram da supremacia dos bispos ocidentais.
Nesse panorama da disputa pelo ‘poder’, começaram as discussões, nas quais apareciam outras interpretações da Bíblia e que se opunham a doutrina romana. Foram chamadas as heresias.
Monofisistas: Se opunham a idéia da Santíssima Trindade, pois para eles Jesus tinha apenas uma natureza, e não duas.
Inconodastas: Que desejavam o fim do culto as imagens de Jesus Cristo, baseando-se nos textos do Antigo Testamento em especial os Dez Mandamentos, que proibiam o culto á ídolos. Para os inconodastas a adoração a ídolos era uma forma de paganismo. O movimento iconoclasta foi iniciado pelo imperador Leão Isauriano. Para alguns historiadores ele só fez isso por causa dos mulçumanos, que rejeitavam ardentemente as imagens e criticavam isso no cristianismo. A verdade é que originalmente no cristianismo não havia culto às imagens, mas como os pagãos adoravam as imagens da Igreja, que para não entrar em conflito com os costumes e conseguirem mais fiéis, incorporou essa cultura substituindo-a pela ‘veneração’ das imagens de Jesus Cristo e de outros santos. Entretanto, já naquela época, até hoje, a veneração se transformava em idolatria. Outra possível razão para esse movimento, segundo alguns historiadores, seria a necessidade do imperador de mostrar seu controle sobre a Igreja e combater a influência sobre os Mosteiros. Foi assim que Constantino V, filho de Leão, pôs as mãos nas riquezas dos conventos.
Por ordens dos imperadores, muitos objetos de arte sacra foram destruídos, os que sobraram foram os da Itália e da Palestina, que estavam longe das vistas dos imperadores.
A Igreja Romana não gostou muito do movimento, porque eles questionavam o culto aos santos e as relíquias, que já representava uma fonte de renda para a Igreja, e também colocava ‘em xeque’ as pretensões papais de manterem sua supremacia fundamentando-se em uma duvidosa descendência do apóstolo Pedro.
Havia também diferenças nas cerimônias.Exemplo: no Império Bizantino a língua usada era o grego, no Ocidente era usado o latim.
Em fim, a questão só se resolveu em 1054, quando houve o Cisma do Oriente, isto é, a divisão do cristianismo em duas Igrejas:



  • Igreja Católica Romana, que era chefiada pelo Papa,

  • Igreja Católica Ortodoxa, que era chefiada pelos Patriarcas.

Contribuições Bizantinas para a Cultura Ocidental
  • Preservação do conhecimento clássico,

  • Impediu os árabes de conquistarem a Europa, o que poderia ter levado ao fim do Cristianismo e ao modo de vida ocidental,

  • Realizações na arte e na arquitetura.

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